ABRIL

Os ventos de abril agitam o quotidiano de uma família de lavradores elvenses, habituados a ser os senhores da terra. 

Na cidade hesita-se em reconhecer a legitimidade do Movimento das Forças Armadas e os quartéis não tomam posição na “Operação viragem histórica”. Gera-se a dúvida entre os populares e surgem rumores de dissidência. A queda dos símbolos do passado vem a acontecer somente dois dias depois do sucedido em Lisboa.

A nova ordem ameaça os apoiantes do regime, obrigando Afonso, o patriarca, a refugiar-se na vizinha cidade de Badajoz, do outro lado da raia, deixando a gestão dos negócios entregue ao filho, Luís. A vivência na cidade pacense revelar-se-á transformadora.

Duarte, o irmão mais novo, militar no Regimento de Lanceiros nº1, é um homem atormentado pelas memórias de infância e da comissão na Guiné-Bissau. Preparado para ser apenas o segundo filho, assume um importante papel quando abril chega e os acontecimentos se precipitam.

Acolhida pela família, Mia é uma das crianças austríacas que a Cáritas trouxe para Elvas no pós-guerra da 2ª Guerra Ultramar, tornando-se mais um membro do clã. Guarda um importante segredo que pode comprometer a sua unidade.